Tendências de IA em seguradoras para 2026: autonomia e gestão em tempo real

Em 2026, a Inteligência Artificial no setor de seguros deixará de ser uma promessa para se tornar uma fundação operacional. O foco agora será autonomia decisória e gestão de portfólio em tempo real — duas capacidades que prometem transformar não apenas a eficiência, mas a competitividade das seguradoras.

Se os anos anteriores foram marcados por experimentações pontuais com IA generativa e automações isoladas, o novo ciclo trará consolidação em larga escala, com agentes inteligentes executando tarefas complexas de forma autônoma, e sistemas integrados guiando decisões de risco alinhadas ao desempenho técnico da carteira.

A seguir, detalhamos as seis grandes tendências que moldarão o mercado segurador em 2026.

1. De IA generativa para IA agente: sistemas que percebem, decidem e agem

A principal evolução tecnológica no setor é a transição da IA reativa para a IA com capacidade de ação autônoma. Em vez de esperar comandos humanos, os chamados "agentes de IA" são capazes de agir com base em contexto, objetivos e regras predefinidas.

Exemplos práticos para seguradoras:

  • Analisar dados reputacionais de empresas seguradas em fontes abertas.

  • Identificar inconsistências contratuais automaticamente.

  • Redigir e enviar comunicações padronizadas a corretores.

  • Executar triagem inicial de sinistros com base no sentimento do cliente e complexidade do caso.

De acordo com projeções de mercado, a tecnologia deve sair do estágio de experimentação (62% das seguradoras em 2025) para aplicações críticas e escaláveis em subscrição, compliance e sinistros em 2026.

2. Gestão dinâmica de portfólio e fim dos pontos cegos operacionais

Tradicionalmente, as decisões de aceitação e precificação eram tomadas com base em dados defasados, muitas vezes com semanas de atraso. Essa limitação será superada com plataformas integradas e análises em tempo real.

Diferenciais competitivos da visão contínua:

  • Ver o impacto de uma nova apólice sobre a exposição geográfica ou por linha de negócio no momento da cotação.

  • Receber alertas proativos sobre limites técnicos próximos do esgotamento.

  • Ajustar, automaticamente ou com sugestão, parâmetros de aceitação com base em sinistralidade recente.

Essa capacidade de resposta rápida à movimentação do portfólio aumenta a resiliência e protege a rentabilidade — algo crucial diante da intensificação da concorrência e da volatilidade de riscos.

3. Triagem inteligente e a estratégia “Start Left”: priorizar na entrada do funil

A triagem na etapa de ingestão se tornará prioridade para reduzir ineficiências. Em vez de alocar tempo e esforço em propostas fora de apetite ou com baixa probabilidade de fechamento, a IA atuará desde o primeiro contato.

Aplicações de impacto imediato:

  • Leitura automatizada de e-mails e anexos.

  • Extração de dados de propostas não estruturadas para análise de elegibilidade.

  • Cálculo de winnability para priorização de propostas com maior chance de conversão.

Esse movimento de aplicar inteligência no “começo do funil” — conhecido como “Start Left” — reduz retrabalho, acelera respostas e direciona os subscritores para as oportunidades com maior retorno técnico.

4. Modernização da infraestrutura e ferramentas no-code

A arquitetura tecnológica atual de muitas seguradoras é marcada por silos, legados e fricção entre áreas. Em 2026, a pressão por agilidade operacional exigirá modernização acelerada.

Transformações em curso:

  • Plataformas unificadas (workbenches): dados de múltiplos sistemas consolidados em uma única interface operacional para subscrição, análise e decisão.

  • Ferramentas no-code: criação e manutenção de regras de aceitação, motores de decisão e fluxos automatizados sem depender de desenvolvedores.

Essa autonomia operacional acelera testes, implementações e adaptações às mudanças de mercado, criando uma organização mais responsiva e alinhada ao negócio.

5. Cenário brasileiro: IA como motor da eficiência e da competitividade

No Brasil, a adoção de IA será orientada menos por inovação e mais por necessidade. Com margens sob pressão e metas agressivas de corte de custos, a automação será o caminho para viabilizar a sustentabilidade operacional.

Dados que embasam essa tendência:

  • 78% dos executivos de seguradoras no país planejam reduzir custos em ao menos 10% até 2030.

  • O orçamento destinado à IA deve crescer de 8% para 20% do total de TI até 2029.

A IA não será vista apenas como tecnologia, mas como infraestrutura essencial para permanecer competitivo em um mercado cada vez mais dinâmico.

6. Explicabilidade e "cadeia de pensamento": IA que justifica suas decisões

Com o avanço da regulação e da auditoria sobre sistemas automatizados, cresce a necessidade de que a IA em seguros seja explicável e auditável — principalmente nas decisões de risco.

Como isso se materializa:

  • Técnicas como Chain-of-Thought prompting passam a ser aplicadas.

  • Cada recomendação da IA vem acompanhada de uma justificativa estruturada em linguagem natural, apontando os fatores-chave considerados.

  • Isso permite que subscritores validem a lógica, documentem decisões e atendam aos requisitos de conformidade e governança.

A adoção dessa camada de transparência será fundamental para construir confiança — interna e externa — nos sistemas inteligentes.

Veja 2026 como ano da consolidação da IA operacional

O que antes era um experimento de inovação isolado, em 2026 se torna parte central do funcionamento das seguradoras. Agentes autônomos, análises em tempo real, infraestrutura unificada e IA explicável formarão a base para decisões mais rápidas, precisas e alinhadas ao negócio.

Essa transformação não depende apenas de tecnologia, mas de um novo mindset: tratar a IA como capacidade operacional crítica, e não apenas como iniciativa digital. As seguradoras que liderarem essa transição estarão em posição privilegiada para crescer de forma lucrativa e resiliente.

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Autor

Equipe Brick

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Publicado em

11 de dez. de 2025

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