Como automatizar decisões de risco em seguros: Um guia para eficiência e lucratividade

A melhor forma de automatizar decisões de risco em seguros é integrando dados, triagem inteligente e inteligência artificial na jornada de subscrição. Isso permite acelerar processos, reduzir perdas e tomar decisões mais estratégicas com precisão técnica.

Durante décadas, a avaliação de risco foi uma arte baseada em experiência, intuição e processos manuais. Mas esse modelo está sendo rapidamente superado. Aumento da complexidade dos riscos, pressões por rentabilidade e clientes mais exigentes estão empurrando o setor para um novo paradigma: decisões baseadas em dados, com automação inteligente e resposta ágil às dinâmicas do mercado.

Neste artigo, você vai entender os passos fundamentais para transformar sua operação de risco — com eficiência, governança e escalabilidade.

1. Centralize e integre seus dados: o fim dos silos de informação

Subscritores frequentemente dependem de múltiplos sistemas e fontes dispersas para avaliar uma proposta. Esse cenário compromete tanto a velocidade quanto a qualidade da decisão.

Como transformar:

  • Ingestão automatizada de documentos: Ferramentas com OCR e NLP extraem dados de PDFs, e-mails e planilhas não estruturadas.

  • Conexões via API: Dados externos (bureaus de crédito, fontes climáticas, mídias, etc.) são incorporados automaticamente, enriquecendo o perfil do risco.

  • Visão unificada do risco: Um painel único reúne informações históricas, operacionais e contextuais, eliminando retrabalho e melhorando a consistência das decisões.

Relatórios da KPMG mostram que a falta de estrutura integrada de dados ainda é uma barreira crítica em muitas seguradoras — o que impacta diretamente a efetividade da transformação.

2. Triagem inteligente: foco no que realmente tem valor

Muitas propostas analisadas nunca têm chance real de se converterem em negócios viáveis. Com automação, é possível aplicar inteligência logo na entrada.

Implementações práticas:

  • Filtros de apetite automatizados: Negócios fora das diretrizes são rejeitados automaticamente, com comunicação estruturada ao corretor.

  • Modelos de "winnability": IA analisa perfil do corretor, histórico e características da proposta para priorizar submissões com maior chance de fechamento.

Essa priorização orientada por dados reduz desperdício de tempo e melhora o uso do capital humano, como evidenciado nos estudos da KPMG.

3. Agilidade com plataformas no-code: decisões na velocidade do negócio

A dependência da área de TI para alterar regras ou critérios de aceitação atrasa o tempo de resposta. Plataformas no-code resolvem esse gargalo, colocando o controle nas mãos dos especialistas da operação.

Benefícios imediatos:

  • Configuração visual de regras de negócio: Analistas de risco e subscrição ajustam parâmetros diretamente, sem codificação.

  • Ambientes de simulação (sandbox): Permitem testar impactos de novas regras sem afetar a produção — garantindo segurança na experimentação.

Seguradoras líderes já operam com esse tipo de autonomia, o que acelera o ciclo de aprendizado e resposta ao mercado.

4. Agentes de IA: decisões contextualizadas e aprendizado contínuo

A nova geração de IA permite ir além da automação de regras fixas. Os agentes inteligentes conseguem tomar decisões baseadas em contexto, histórico e inferência — com alto grau de autonomia.

Exemplos de uso aplicável:

  • Análise reputacional automatizada: Agentes mapeiam menções na mídia e sinalizam riscos emergentes para o subscritor.

  • Leitura de cláusulas contratuais: A IA identifica presença ou ausência de termos críticos em documentos extensos.

  • Triagem emocional de sinistros: Compreende o sentimento do cliente no aviso de sinistro e define a melhor alocação (pagamento rápido ou investigação).

Esse uso avançado da IA já é realidade em grandes grupos seguradores e aparece como uma das prioridades de transformação no setor, segundo a pesquisa global da KPMG.

5. Governança técnica das decisões: conectando operação e estratégia

Para garantir rentabilidade sustentável, as decisões automatizadas precisam considerar o contexto da carteira e os objetivos estratégicos da companhia — não apenas o caso individual.

Boas práticas de controle inteligente:

  • Monitoramento contínuo de exposição: Sistemas identificam automaticamente quando uma nova proposta ultrapassa os limites desejados em regiões ou produtos.

  • Reação em tempo real à sinistralidade: Comportamentos adversos em determinados segmentos podem gerar ajuste dinâmico das diretrizes de aceitação — protegendo o portfólio com agilidade.

Essas capacidades conectam a operação ao desempenho técnico da carteira, promovendo equilíbrio entre crescimento e controle de riscos.

Automação como catalisador de inteligência humana

Automatizar decisões de risco não é sobre substituir especialistas — é sobre dar a eles superpoderes. A tecnologia cuida da coleta, triagem e validação. Os humanos cuidam da análise crítica, negociação e gestão de relacionamento.

Ao combinar dados integrados, regras adaptáveis e inteligência artificial contextual, as seguradoras conseguem reduzir custos, acelerar o ciclo de decisão e aumentar a precisão técnica. Em um setor onde 78% das companhias já têm metas formais de corte de custos até 2030, essa transformação é o diferencial entre crescer com rentabilidade ou perder relevância.

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Autor

Equipe Brick

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Publicado em

19 de dez. de 2025

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