A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser uma promessa futura para se tornar um requisito estratégico no mercado de seguros global — incluindo o Brasil. No entanto, um estudo recente realizado nos Estados Unidos sobre o uso da IA revelou um dado preocupante que aponta para um gargalo de eficiência: 65% dos subscritores estão ficando para trás na revolução da IA.
Embora mais da metade das seguradoras vejam a IA como um meio para melhorar a priorização de propostas (submission prioritization), apenas 35% estão aplicando essa inteligência no ponto de entrada da proposta (submission intake). Isso evidencia uma ineficiência crítica: a maioria das seguradoras ainda não conseguiu incorporar a IA no início do fluxo de trabalho — onde seu impacto poderia ser mais imediato.
O desafio do submission intake manual
A etapa de entrada de propostas é notoriamente uma das fases mais manuais e dependentes de julgamento na subscrição. Com o aumento do volume de propostas e a fragmentação dos sistemas, muitos subscritores ainda estão presos à revisão manual para determinar prioridades.
O resultado? Tempo e recursos desperdiçados em propostas de baixa probabilidade, que raramente se convertem em negócios fechados (bind). Para as seguradoras que buscam transformação sustentável, a IA é a ferramenta essencial para cortar essa complexidade e transformar fricção operacional em decisão inteligente.
A IA otimiza a entrada de propostas ao:
1. Priorizar negócios
A IA pode analisar os objetivos da seguradora, diretrizes, apetite de risco e dados históricos de fechamento (quote-bind data) para fazer uma triagem inicial. Isso permite que os subscritores recebam recomendações claras sobre quais propostas merecem mais atenção.
2. Otimizar a subscrição e precificação
Modelos de IA Generativa (Gen AI) e outras abordagens preditivas analisam grandes volumes de dados estruturados (como sinistros e localização) e não estruturados (como imagens e mídias sociais) para avaliar riscos, estimar sinistros e determinar preços ideais com mais precisão.
3. Acelerar a decisão
A IA pode automatizar etapas como a coleta de dados da proposta, verificação de elegibilidade e construção de perfis de risco. Isso acelera o processo decisório com mais precisão.
Entre os adotantes iniciais nos EUA, 62% afirmam que a IA já supera as expectativas. Equipes que integram IA ao fluxo de trabalho começam o dia com clareza: sabem quais negócios têm maior probabilidade de fechamento, quais se alinham ao portfólio e quais podem ser despriorizados.
O contexto de transformação global e no Brasil
A urgência de adotar IA logo no início do processo de subscrição está alinhada às metas estratégicas e financeiras do setor. Globalmente:
75% dos líderes esperam reduzir a base de custos em pelo menos 10% até 2030.
No Brasil, esse número é ainda maior: 78% dos executivos têm esse objetivo.
Apesar disso, o sucesso em transformação digital segue limitado. Apenas 14% dos líderes globais e 11% dos brasileiros relatam ter alcançado bons resultados em metas mais amplas de transformação. As barreiras são, em geral, estruturais e operacionais:
1. Infraestrutura legada e fricção operacional
Sistemas antigos são custosos e lentos de atualizar. No Brasil, a baixa autonomia operacional significa que até mudanças simples em regras de subscrição dependem de tickets para a TI, levando semanas ou sendo ignoradas.
2. Falta de autonomia para testar
As áreas de negócio não conseguem testar novos critérios ou fluxos sem risco à operação produtiva. Isso limita a inovação.
A chave do sucesso: autonomia no-code na decisão de risco
Para não integrar os 65% que estão perdendo a revolução da IA, seguradoras líderes estão adotando plataformas de decisão com Agentes de IA no-code — também conhecidos como motores de decisão. Essas ferramentas permitem que times de subscrição, sinistros e antifraude criem, monitorem e otimizem fluxos de decisão sem depender de código.
Com isso, os subscritores passam a receber análises e recomendações no ponto de decisão, em tempo real, com impacto direto nos resultados. Entre as capacidades dessas plataformas, destacam-se:
Criação e iteração rápida: construção de fluxos visuais e ajustes de árvores de decisão sem código.
Sandbox integrado: ambiente seguro para testes e simulações de regras sem afetar a operação.
Governança e controle da IA: áreas de negócio mantêm o domínio sobre os parâmetros da IA, com capacidade de auditoria e intervenção manual.
A verdadeira transformação ocorre quando os insights de risco são operacionalizados no momento certo, com autonomia, segurança e velocidade. As seguradoras que insistirem em processos manuais e dependentes do status quo correm o risco de ficar para trás em um mercado que não perdoa lentidão.
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Autor
Equipe Brick
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Publicado em
17 de out. de 2025